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Adolescência e Ansiedade: O Desafio de Sentir e Experimentar

  • Foto do escritor: CRIS LOPES
    CRIS LOPES
  • 19 de nov. de 2024
  • 3 min de leitura

Hoje, a ansiedade é um tema recorrente. Parece que tudo de ruim é atribuído a ela, quase como se fosse um vilão omnipresente na história de nossas vidas. Mas será que ela é mesmo a antagonista que muitos pintam?

Na verdade, a ansiedade faz parte de nós. Desde os primeiros momentos de vida, sentimos ansiedade: um bebê anseia pelo colo da mãe, enquanto a mãe aguarda, ansiosa, que o filho melhore de uma febre. A vida é composta por momentos de ansiedade, sim, mas também de paz, tristeza, alegria e muitas outras emoções. O problema é que, hoje, tendemos a rotular as emoções como “boas” ou “ruins”. Esquecemos que sentir é, talvez, a essência mais sublime de ser humano.


Por trás da ansiedade, está o medo. E o medo, ao contrário do que muitos pensam, tem seu propósito. Ele nos trouxe até aqui como espécie. Lá atrás, o imprudente sucumbia cedo, enquanto o cauteloso sobrevivia para contar sua história. Porém, há também um instinto que nos impulsiona a espiar além da cortina do medo. Como no mito da caverna de Platão: o que existe fora da caverna? Como é o sol?


A Adolescência: Desejo de Ir Além


A adolescência é marcada por essa vontade insaciável de explorar, desafiar limites e descobrir o que há além. É um período em que os jovens querem ir além dos pais, das normas e das convenções. No entanto, são constantemente podados:

  • “Cuidado, é perigoso!”

  • “Não tome chuva, vai ficar doente!”

  • “Afaste-se de fulano, ele é má influência!”


Essa poda contínua muitas vezes sufoca o espírito explorador do adolescente. Aqueles que conseguem transpor essas barreiras acabam virando exemplos nas redes sociais, seja pelo sucesso, seja pelos erros. Mas, no fundo, essa vontade de viver e experimentar é algo natural. Quando a sociedade sufoca esse desejo, ela cria um vácuo existencial que pode levar os jovens a buscarem refúgio em jogos, drogas ou pornografia. Esses substitutos oferecem prazer momentâneo, mas não preenchem o vazio.

O corpo do adolescente é uma usina de energia. Está no ápice físico, impulsionado por hormônios que clamam por ação, movimento, superação. Quando essa energia não encontra uma saída saudável, ela fica estagnada e, muitas vezes, se transforma em ansiedade – uma inquietação que parece não ter fim.


O Papel da Educação e da Sociedade


Muito se fala sobre a necessidade de mudar a forma de ensinar crianças e adolescentes, mas pouco se faz, de fato. Estamos em uma sociedade rica em conhecimento, mas pobre em sabedoria. Falta-nos ensinar o que realmente importa: como ser, sentir, experienciar e criar.

Imagine uma educação que inclua matérias como:

Educação emocional: entender e lidar com os próprios sentimentos.

Educação para a vida: como superar desafios, construir relacionamentos saudáveis e encontrar propósito.

Empatia e ética: desenvolver a bondade, a honestidade e a humildade.

Consciência ambiental: respeitar e cuidar do planeta e de todas as formas de vida.

Um ser humano que cresce com esses valores não maltrataria os outros, os animais ou a natureza. Ele enxergaria a vida com um olhar mais amplo, valorizando o que realmente importa.


É urgente repensarmos a forma como tratamos nossas crianças e adolescentes. Eles não precisam apenas de teorias e regras, mas de espaço para viver, errar, aprender e se conectar com o que são de verdade. Afinal, criar uma geração emocionalmente saudável é o primeiro passo para construir uma sociedade mais sábia, empática e plena.


E você? Como pode contribuir para essa mudança?

 
 
 

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