Reflexões sobre o Silêncio
- CRIS LOPES
- 3 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Hoje pela manhã acordei refletindo sobre o silêncio e suas múltiplas faces. Ele não é sempre pacífico, e muito menos neutro. O silêncio pode ser acolhedor, mas também pode ferir profundamente.
Há um silêncio que é agressivo. É aquele silêncio usado como uma arma por pessoas que têm dificuldade em expressar sua raiva ou frustração de maneira direta. Lembro-me de uma amiga que viveu isso em sua pele. Casada por alguns anos, um dia o marido foi visitar os pais em outra cidade, e nunca mais voltou. Ela ligava, mas ele não atendia. Os pais dele diziam: "Ele vai te ligar." E o silêncio persistia. Até que, um dia, ele quebrou o silêncio para pedir o divórcio. Esse é o tipo de silêncio que machuca, que cria dúvidas e confusão. "O que eu fiz de errado? Falei algo? Agi mal?"
O silêncio também pode ser o reflexo de nossas próprias dores. Quando estamos sufocados por mágoas, raiva e tantas palavras não ditas, o silêncio se torna uma fuga. Explodir, gritar, brigar e depois se arrepender por ter ultrapassado os limites do respeito, ou se calar, remoendo as dores, que provavelmente acabarão por nos adoecer? Para mim, ambas são formas de agressão e autoagressão.
Não estou aqui para trazer respostas, porque honestamente não as tenho. Estou aqui para propor uma reflexão.

Também há o silêncio que vem com a mudança. Esse é o silêncio de quem decide que não quer mais viver uma certa história – seja um relacionamento, uma amizade ou até uma carreira. Essa decisão é tão profunda e pessoal que, muitas vezes, nem queremos explicá-la a ninguém. O outro pode não entender, pode achar que é culpa dele, mas não é. Simplesmente não queremos explicar. Esse tipo de silêncio costuma chegar depois de um grande sofrimento, um que nos transforma tão profundamente que deixa para trás quem costumávamos ser. Os lugares, as pessoas e as situações antigas, já não fazem mais sentido.
Existem infinitas interpretações sobre o silêncio, e cada uma reflete o que está dentro de nós em determinado momento, em determinada situação.
E você? Como o silêncio fez diferença em suas relações?
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